Finanças Corporativas

Entre os principais desafios da administração de qualquer empresa estão a criação, a manutenção e o aumento do valor da empresa.
Simples como pode parecer, nem sempre esta lógica é obedecida. Falta a alguns gestores a clara noção do valor do seu negócio.
O valor do negócio não se expressa simplesmente pela soma de seus ativos, nem pelo valor de seu patrimônio líquido. Há outras considerações que levam em conta fatores de mercado, o desempenho da empresa comparativamente a seus concorrentes ou mesmo ao que se possa esperar do setor em que atua. Outro aspecto relevante é o custo oportunidade do valor do capital investido pelos acionistas ou quotistas. Também a capacidade de geração de caixa é fundamental para que a empresa possua valor
Mas há outras considerações: em tempos de maior oferta de recursos e taxas de juros mais acessíveis é fundamental que a empresa melhor administre suas finanças e as opções de que dispõem para financiar seus projetos de expansão e crescimento.
As decisões sobre crescer com recursos próprios ou de terceiros não é mais uma questão óbvia e dependente apenas do tamanho do bolso dos acionistas. Voltou a ser uma decisão financeira baseada em cálculos que levam em consideração os retornos marginais esperados decorrentes do investimento, comparado às taxas de juros a serem pagas pelo capital emprestado, ou mesmo ao custo do capital próprio.
No fundo, tudo é uma questão de saber se o investimento planejado e a forma de financiá-lo acabará por aumentar o valor da empresa ou reduzi-lo irremediavelmente.
Infelizmente, temos visto muitas decisões de investimento não levarem em conta o custo do dinheiro e, também, as alternativas existentes de fontes financiadoras. Quase que invariavelmente, as decisões têm sido baseadas em instintos, sensibilidades e existência de caixa. Assim, também invariavelmente, temos visto que muitos desses investimentos acabaram por não aumentar o valor da empresa.
Custo do dinheiro
As mesmas ferramentas de finanças que são utilizadas por fundos de investimentos, asset managers, corretores, analistas e financistas estão à disposição da empresa para que esta administre seus recursos e conheça seu valor, cuidando para que este siga trajetória ascendente.
O custo médio ponderado do capital e a busca por taxas mais baixas para empréstimos estão disseminados e são medidas que devem nortear a decisão de se alavancar a empresa (utilizar mais recursos de terceiros em relação ao capital próprio). A decisão simples se baseia no conceito de custo oportunidade, pelo qual se comparam as taxas de retorno das diversas alternativas de aplicação dos recursos próprios vis a vis o custo do capital a ser tomado e, também, às taxas de retorno que se pode esperar dos novos investimentos na empresa.
Uma maior alavancagem pode, dependendo dos custos acima mencionados, representar um melhor valor para empresa e justificar os novos investimentos que se planeja. Todavia, também dependendo dos custos citados, os ganhos marginais decorrentes do investimento que se pretende fazer, podem ser insuficientes para se pagar os juros que se contratará na hipótese de se financiar tal investimento com recursos de terceiros.
Conclusão
Como se vê, o valor da empresa, que é meta dos administradores, depende muito de decisões pontuais, que requerem análise e projeções acuradas. As ferramentas existem, mas devem ser alimentadas com as informações geradas pelos sistemas de gestão e de controle contábil, bem como da ação e percepção dos gestores.